O Universo, os Deuses e os Homens (Jean-Pierre Vernant)
“O universo, os deuses e os homens”, do historiador e antropólogo francês Jean-Pierre Vernant é um convite à aproximação da Mitologia Grega. Como ele mesmo destaca no excerto acima, o livro nasce da experiência de contar os mitos que ele estudava e analisava para seu neto.
No livro, Vernant conta-nos alguns mitos gregos – as histórias de Dioniso, Édipo, Perseu, Prometeu – procurando manter a espontaneidade das narrativas orais. Sem abrir mão do cuidado com o conteúdo, ele transmite o mito de forma simples e compreensível.
Mas afinal, o que são os mitos e qual a sua importância para nós, na atualidade?
Os mitos eram as histórias contadas de geração para geração nas diversas culturas que deram origem ao homem contemporâneo. Eles continham possíveis explicações sobre as relações entre os elementos da natureza e ensinamentos sobre a moral e a natureza humana. Hoje, são muitos os que estudam o papel e a importância do contato com os mitos e contos tradicionais para a educação, para o desenvolvimento pessoal e para a saúde emocional.
Um exemplo de estudioso da importância da transmissão dos mitos para as gerações contemporâneas foi Joseph Campbell, que aponta que hoje estamos adaptados a uma literatura que apenas informa e não àquela que propicia a reflexão como é o caso das mitologias.
Sobre os mitos, Campbell nos recorda que “esses bocados de informação, provenientes dos tempos antigos, que têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, que construíram civilizações e enformaram religiões através dos séculos, têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares da travessia, e se você não souber o que dizem os sinais ao longo do caminho, terá de produzi-los por sua conta” (O Poder do Mito, São Paulo: Palas Athena, 1990 – 242 p.).
A escrita de Vernant nos deixa com mais vontade ainda de identificar estes “sinais”.
Fica aqui a dica:
VERNANT, J. P. O universo, os deuses, os homens.São Paulo: Companhia das Letras, 2000.