A relação entre depressão e comportamento de fumar em pacientes cardíacos

cigarroA depressão é um fator de recaída no comportamento de fumar após a alta hospitalar entre fumantes que iniciaram abstinência em virtude de hospitalização por enfarto do miocárdio ou angina instável. Foi a conclusão de uma pesquisa, realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP.

O trabalho, intitulado “Fatores associados e preditivos da recaída no comportamento de fumar em pacientes com síndromes coronárias agudas”, é resultado do doutorado de Glória Heloise Perez, psicóloga chefe do InCor, e foi orientado pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira.

O estudo teve o objetivo de investigar, em pacientes hospitalizados com diagnóstico de síndromes coronárias agudas, se a depressão e outras características são fatores que permitem prever até que ponto os pacientes mantêm a abstinência de nicotina iniciada na hospitalização. Para isso, foram monitorados por seis meses após o período de internação 403 pacientes que apresentaram infarto ou angina instável. Observou-se que os pacientes deprimidos tiveram, proporcionalmente, mais chance de recaída do que os não deprimidos hospitalizados.

Os entrevistados ficaram, em média, oito dias hospitalizados e, consequentemente, foram obrigados a ficar sem fumar nesse período. A pesquisa aponta que houve uma abstinência de cerca de 60%, ou seja, menos da metade (40%) dos pacientes voltaram a fumar. O tempo da hospitalização foi considerado um fator que influencia a recaída dos pacientes: quanto menor a duração da internação, maior a chance de recaída.

Segundo a psicóloga do InCor, a relação entre depressão e o comportamento de fumar é muito complexa. Foram aplicadas duas escalas para avaliar a depressão. Uma para diagnóstico e outra para a intensidade do problema. Comparados com não-fumantes, os fumantes com síndrome coronariana aguda são jovens, mais propensos ao consumo de café e percebem menos o fumo como um fator de risco para doenças cardíacas.

Leia esta reportagem na íntegra em http://www.agencia.fapesp.br/materia/11182/especiais/recaida-por-depressao.htm

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