Pagina: ‘Profissão Saúde’
Pesquisa associa longevidade a equilíbrio emocional
Um estudo longitudinal desenvolvido por pesquisadores Instituto Nacional sobre o Envelhecimento, nos EUA, concluiu que pessoas calmas, socialmente ativas e que praticam atividades físicas tendem a viver mais. Os resultados foram obtidos por meio do acompanhamento de 2.300 pessoas por um período de mais de 50 anos e publicados no periódico científico Psychosomatic Medicine.
A pesquisa mostrou que estabilidade emocional, organização, disciplina, maior consciência sobre o que ocorre ao seu redor (analisar a vida de forma mais tranquila) e reservas financeiras (feitas durante sua juventude) são indicativos de longevidade. Da mesma forma, raiva, instabilidade de humor, ansiedade e depressão contribuem para uma vida pior na velhice ou até mesmo para uma vida mais curta.
Os dados publicados estão de acordo com os de outros estudos do gênero. O importante para aqueles que apresentam características como irritabilidade e alterações de humor é procurar mudar o estilo de vida buscando atividades prazerosas, dedicando mais tempo ao lazer e aos contatos sociais. Em geral, a dedicação quase que exclusiva ao trabalho, em especial em situações de estresse e pressão colaboram para a diminuição da qualidade de vida.
Curso de Atualização Profissional em Psicologia Aplicada à Nutrição
O Departamento de Pediatria da UNIFESP/EPM, em parceria com o LAPECRI – Laboratório de Pesquisa sobre o Desenvolvimento Psíquico e a Criatividade em Diferentes Abordagens Psicoterápicas, do Instituto de Psicologia da USP, está oferecendo o Curso de Atualização Profissional em Psicologia Aplicada à Nutrição, com carga horária de 20 horas semanais e duração de um ano.
O curso tem como objetivos a capacitação técnica de psicólogos no atendimento de crianças e adolescentes portadores de distúrbios nutricionais, obesidade, desnutrição e queixas de apetite, bem como iniciação à pesquisa na área.
Os interessados devem ter no máximo dois anos de formados e enviar currículo até 5 de fevereiro de 2010 para Denise Bellotto (nutmet@terra.com.br), colocando como título do assunto: Curso de Atualização em Psicologia.
Curso de Atualização em Psiquiatria da Infância e Adolescência
O Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP está organizando o curso “Atualização em Psiquiatria da Infância e Adolescência”, que acontecerá nos dias 5 e 6 de fevereiro de 2010.
O curso será realizado no anfiteatro principal do IPq, localizado à rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785, Cerqueira César, em São Paulo, e abordará o desenvolvimento do comportamento da criança, bem como os diversos transtornos e síndromes relacionados à infância e à adolescência.
As taxas de inscrição são diferentes para profissionais, residentes e estudantes e variam de R$20,00 a R$100,00 se pagas até o dia 29 de janeiro. Após está data há um acréscimo do valor.
Mais informações podem ser obtidas no site do INPD ou entrando-se em contato com o Hospital das Clínicas
(omrocha@hcnet.usp.br ou (11) 3069-7594/ 3069-8011).
Falta de sono e depressão podem estar associados
Um estudo desenvolvido pelo Centro Médico da Universidade de Columbia, nos EUA, analisou dados de mais de 15.000 adolescentes entre 12 e 18 anos e chegou a conclusão de que existe uma relação entre o número de horas de sono e a presença de sintomas depressivos em adolescentes.
A pesquisa sugere que entre os que dormem menos de cinco horas por noite a chance de depressão é 71% maior do que entre os que descansam oito horas e que os adolescentes que costumam dormir após a meia-noite tem 24% mais chances de ter depressão do que os que pegam no sono antes das 22hs.
A partir dos dados analisados pode-se perceber que a presença de sintomas depressivos e de pensamentos suicidas foi também mais observada em meninas, jovens mais velhos e nos que tinham uma percepção menor de quanto seus pais se preocupavam com eles.
O pesquisador James Gangwisch apontou que uma vez que a falta de sono é um dos sintomas da depressão, para que não houvesse um desvio no estudo que favorecesse o resultado encontrado, foi levado em conta a hora determinada pelos pais para que seus filhos fossem dormir e observou-se que os pais que estabeleciam que os filhos dormissem antes das 22h acabaram por protegê-los do desenvolvimento de quadros de depressão.
A falta de sono estaria vinculada à depressão por afetar as respostas emocionais do cérebro e favorecer um estado de irritação que atrapalha o adolescente quando este tem que lidar com as dificuldades do dia-a-dia. O estudo corrobora assim, diversas pesquisas que têm indicado que a qualidade no sono, aliada a uma boa alimentação e à pratica de exercícios regulares, é essencial para se manter emocionalmente saudável.
Para saber mais, leia o resumo do artigo, publicado na revista científica Sleep.
Escola de Enfermagem da USP oferece curso sobre humanização no cuidar
De 28 de janeiro a 25 de fevereiro de 2010 será ministrado na escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo o curso de difusão cultural Humanização do Processo de Cuidar: uma abordagem corporal.
O curso, voltado para profissionais e estudantes da área de saúde e demais interessados no tema, tem o objetivo de identificar conteúdos somáticos e emocionais próprios dos alunos que podem interferir na interação entre profissional-cliente; reconhecer a intencionalidade nas práticas de cuidado do cliente de saúde; aplicar recursos de abordagem corporal e técnicas básicas de massagem no cuidado do cliente de saúde e empregar os conhecimentos de automassagem para promover o próprio bem-estar.
As inscrições serão recebidas, até o dia 22 de janeiro , via correio ou pessoalmente. A taxa é de R$150,00 e os procedimentos para inscrição podem ser encontrados no site da Escola de Enfermagem. A escola encontra-se na Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419, Cerqueira César, São Paulo.
Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3061-7531 ou por meio do site http://www.ee.usp.br/culturaeextensao/cursos/2010/Humanizacao/Humanizacao.pdf
Estudo aponta que tabagismo na adolescência pode estar associado à depressão na vida adulta
Um estudo realizado com roedores e publicado no final de 2008 na revista científica americana Neuropsychopharmacology apontou que o hábito de fumar na adolescência pode favorecer o desenvolvimento da depressão na vida adulta.
A pesquisa foi desenvolvida por neurocientistas da Florida State University e consistiu na injeção de doses diárias de nicotina em ratos adolescentes por 15 dias. Em outro grupo de ratos foi injetada uma substãncia de água com sal, sem a presença de qualquer outro componente. Posteriormente, os ratos foram submetidos a uma série de experimentos com o intuito de testar as respostas dos animais frente à oferta de recompensas e em situações de estresse.
Os ratos cuja injeção continha nicotina apresentaram sintomas associados à depressão, tais como ansiedade, repetição dos hábitos de limpeza, diminuição no consumo de alimentos oferecidos como recompensas e imobilidade em situações estressantes. Os pesquisadores acreditam que os resultados observados nos roedores sugerem que o mesmo tipo de alteração neurobiológica pode acontecer com humanos.
Com o objetivo de testar o efeito da exposição da nicotina na vida adulta, a mesma quantidade da substância foi injetada em um grupo de roedores adultos e estes não apresentaram sintomas de depressão como os ratos adolescentes.
O resumo do artigo pode ser consultado em: http://www.nature.com/npp/journal/v34/n2/pdf/npp200896a.pdf.
Neurocientistas descobrem forma de bloquear memórias negativas
No último número da revista científica americana Nature, foi publicado um artigo da neurocientista Elizabeth Phelps e de seus colegas do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York que aponta para a possibilidade de bloquear memórias de medo, sem o uso de psicotrópicos.
No artigo, de nome Preventing the return of fear in humans using reconsolidation update mechanisms, Phelps apresenta os resultados de uma pesquisa que consistiu em treinar voluntários a sentir medo de certos estímulos visuais e, posteriormente, apresentar uma nova informação “segura” simultaneamente a reativação das memórias amedrontadoras. Este procedimento permitiu que os pensamentos associados aos estímulos negativos fossem ressignificados.
Ao contrário de experimentos com a mesma finalidade que envolviam o uso de medicamentos, este procedimento garantiu que as memórias de medo fossem bloqueadas por um período de no mínimo um ano. Os estudos anteriores falhavam ao perceber que após o fim do efeito da droga utilizada, as informações de medo retornavam à memória.
O estudo trouxe novas evidências sobre a forma como se consolidam nossas memórias. O fato de poder alterar uma memória negativa, contribui para a tese de que há um processo de “reconsolidação” das memórias, quando são evocadas. Além disso percebeu-se que há um momento em que as memórias estão mais vulneráveis a modificações, uma vez que a memória reflete mais a última vez que foi recuperada do que a exata recuperação do evento original.
O estudo traz importantes implicações no tratamento de distúrbios relacionados ao medo. No entanto, é preciso ter cautela com este tipo de procedimento. De acordo, com os pesquisadores o estudo não indicou que qualquer outra memória pudesse ser afetada, mas vale ressaltar que nossas memórias estão intimamente ligadas àquilo que pensamos e sentimos, por isso uma técnica que modifique estes pensamentos, traz implicações éticas que devem ser consideradas antes de qualquer intervenção.
No site da revista Nature, o artigo está disponível apenas para assinantes, mas clicando aqui você pode assistir um vídeo em que as autoras explicam detalhes sobre o procedimento por elas desenvolvido.
Brasil tem desafio especial no combate ao uso de drogas
De acordo com o diretor do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre drogas e crimes para o Brasil e Cone Sul, Bo Mathiasen, o Brasil, devido a sua proximidade a países produtores de drogas tem um desafio especial no combate ao uso de substâncias químicas. As políticas públicas devem ser elaboradas levando em conta esta característica geográfico-econômica do país.
Segundo Mathiasen, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco Mundial fizeram um estudo relacionando economia e crime organizado em alguns países como a Guiana, a República Dominicana e o Haiti. Este estudo comprovou que o crime organizado tem sido uma barreira para o crescimento econômico, o que significa que investimentos na economia não são suficientes, ou seja, é preciso também pensar em proteção social, com investimentos em saúde, educação, e assistência social.
Veja a reportagem na íntegra em:
Depressão: comorbidade da dependência ou consequência do abuso de substâncias
Foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal de Ciências da Sude de Porto Alegre um estudo cujo objetivo era investigar a associação entre depressão e dependência de drogas ilícitas na população Old brasileira.
Para tanto foi aplicada a Entrevista Diagnóstica para Estudos Genéticos em 137 indivíduos dependentes de drogas ilícitas e 274 indivíduos não dependentes. A intenção era de, por meio da entrevista, investigar a presença de episódios depressivos durante a vida ou de dependência de drogas ilícitas (cocaína, maconha ou inalantes).
Como método de avaliação estatística para estimar a razão de chances para dependência de drogas levando em conta o diagnóstico de depressão foi utilizada a análise de regressão logística.
Os resultados indicaram que o diagnóstico de depressão durante a vida prediz a dependência de drogas ilícitas. Os dados sociodemográficos do sexo masculino, a situação ocupacional e a dependência de álcool estão significativamente associados à depressão e à dependência de drogas. Ter pais ou amigos dependentes de drogas ilícitas também apareceu como fator fortemente associado á dependência ou à depressão.
No entanto, o estudo não possibilitou identificar as relações de causalidade entre os quadros investigados, isto é, não foi possível determinar se a depressão favorece o uso de drogas ilícitas ou se é a depend~encia destas substãncias que leva á depressão, embora tenahm observado que a depressão apareceu com maior freqüência após o início do uso de drogas.
O artigo pode ser encontrado em sua versão integral em http://www.scielo.br/pdf/rbp/v31n2/v31n2a05.pdf
Estudo alerta para uso indevido da Fluoxetina
O Jornal Brasileiro de Psiquiatria publicou no número 2, de seu volume 58, um estudo que alerta contra os usos indevidos da Fluoxetina.
A pesquisa foi conduzida por pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP e consistiu na na coleta e análise das receitas especiais arquivadas em 30 farmácias de manipulação e drogarias de Santo André, cidade da Grande São Paulo, entre agosto de 2005 e julho de 2006
Ao todo, foram analisadas 39.782 receitas. Em 10.919 havia prescrição de Fluoxetina. Em 79,8% dos casos a paciente era do sexo feminino. Na maioria dos casos, a substância foi prescrita em associação com um grande número de outras substâncias, como, por exemplo, anfetaminas anoréticas, chegando a mais de dez outras em quase a metade das prescrições. Esse tipo de prescrição múltipla, principalmente para mulheres foi comparado com as prescrições de fórmulas magistrais para emagrecer. Um dado que preocupa é o fato desta prática estar sendo cada vez mais comum no Brasil.
Os dados obtidos neste estudo sugeriram um aumento da utilização da Fluoxetina com finalidade estética (perda de peso) e não como componente do tratamento de depressão. A relação risco-benefício desse uso é discutível, uma vez que são conhecidas as reações adversas que o uso dessa substância pode causar.
O artigo na íntegra pode ser encontrado em: