O Caminho

Kush4

"Ocean Sprout", Vladimir Kush

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Quando transformamos nosso modo de olhar para o caminho, deixamos também que ele nos transforme.

O caminho que cada um de nós percorre é feito de planícies amplas e seguras, mas também de trechos em que nos deparamos com obstáculos: uma montanha a escalar, um rio largo que teremos que atravessar a nado ou uma mata virgem e fechada que nos expõe diante dos perigos do desconhecido. Desbravar este caminho, enfrentando os desafios que ele nos impõe nem sempre é tarefa é fácil.

Mais difícil ainda é caminhar sozinho. Na solidão, a estrada parece sem fim. Temos a impressão de caminharmos léguas e léguas no mesmo lugar. As pernas doem, a paisagem não muda e se tentamos correr, tudo a nossa volta se transforma em um grande borrão que se estende ao longo da estrada.

Mas se alguém nos acompanha e nos indica que quanto mais subimos a montanha mais bela a vista vai se tornando; ou nos lembra de que o rio, que exige todo nosso fôlego e a força de nossos braços, por isso mesmo nos fortalece; ou então nos mostra que a mata virgem, na verdade nos assusta porque nos põe em contato com formas de vida que não sabíamos que existiam, o caminho se torna, se não mais suave, ao menos mais atraente.
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