“Quando a pessoa deprimida faz projeções a longo prazo, ela antecipa que seu sofrimento ou dificuldades atuais continuarão indefinidamente. (...) Os sintomas motivacionais (paralisia da vontade, desejos de fuga e evitação, etc.) podem ser explicados com conseqüência de cognições negativas.”
(Beck, A.; Rush, A.J.; Shaw, B.F. e Emery, G.(1979/1997) Terapia cognitiva da depressão. Porto
Alegre (RS): Artes Médicas.)
A Depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais conhecidos pela população leiga. Isto tem um lado positivo, pois permite uma identificação mais rápida do quadro, no entanto, pode levar a confusões, pois é importante saber distinguir tristeza, cansaço ou desânimo – sentimentos experimentados por todos – dos comportamentos que caracterizam o transtorno.
O Transtorno Depressivo Maior corresponde à presença de um ou mais episódios depressivos durante a vida. Os episódios podem ter duração variável e caracterizam-se pelo humor deprimido (triste ou irritado) e pela perda de interesse e prazer pela maioria das atividades.
Além disso, devem estar presentes outros sintomas de uma série que inclui alterações de sono, apetite e desejo sexual, diminuição da energia, sentimentos de culpa, dificuldades para pensar, concentrar-se ou tomar decisões, pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida e até mesmo tentativas de suicídio.
De acordo com a quarta edição do Diagnóstico de Saúde Mental (DSM-IV), o Transtorno Depressivo Maior, está associado a uma alta mortalidade, devido à possibilidade de suicídio (taxa de 15% em pessoas com o quadro em nível severo), a Transtornos Relacionados a Substâncias, Transtorno de Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Anorexia e Bulimia Nervosa.
Mulheres a partir da adolescência têm duas vezes mais chances de desenvolver o transtorno do que homens na mesma idade. Em crianças, a probabilidade é a mesma para ambos os sexos. O Transtorno Depressivo Maior pode ter início em qualquer idade, mas em média os primeiros sintomas aparecem em torno dos 25 anos de idade.
A depressão desenvolve-se de forma bastante variável. Algumas pessoas apresentam episódios isolados com intervalos de muitos anos, outras têm uma série de episódios em determinado momento da vida e há também aquelas que apresentam episódios cada vez mais freqüentes à medida que envelhecem.
É imprescindível que as pessoas com sintomas depressivos sejam diagnosticadas e tratadas por meio de intervenções psiquiátricas e psicológicas. A psicoterapia fundamentada na Terapia Cognitivo-Comportamental parte da identificação e modificação, por meio de técnicas cognitivas, dos pensamentos negativos que a pessoa constrói sobre si, sobre as situações atuais e sobre o futuro.