Ingestão de reguladores de apetite diminui no Brasil
O relatório publicado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE) em fevereiro de 2010 aponta que em 2009 houve, no Brasil, uma redução do consumo de inibidores de apetite, os chamados anoxerígenos.
O relatório, elaborado pelas Nações Unidas, teve como base dados sobre a venda de medicamentos controlados registrados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilânaica Sanitária) entre 2005 e 2008. Os principais medicamentos tiveram queda importante de consumo. Em 2005 foram consumidas 8.992 toneladas de Femproporex, contra 3.675 em 2008, o que corresponde a uma redução de mais de 50%. Ainda mais significativa foi a queda no consumo de Anfepramona que, no mesmo período, sofreu uma redução de 25.400 toneladas para 7.486 toneladas de medicamentos vendidos.
A notícia é boa, uma vez que de 2006 a 2008 o Brasil foi apontado como o país em que mais se consumiam inibidores de apetite no mundo (veja reportagem sobre o relatório de 2008). O documento cita que atualmente os Estados Unidos enfrentam o principal problema em relação ao abuso de medicamentos prescritos: cerca de 8.2 milhões de pessoas usam medicações indevidas.
Acredita-se que a principal causa da redução do consumo destes medicamentos tenha sido a intensificação das regulamentações e da fiscalização em relação às receitas médicas. Com as novas medidas, implantadas pela ANVISA, tornou-se mais difícil obter remédios a partir de receitas médicas falsificadas.
Embora a regulamentação ajude, o ideal é que esta diminuição de consumo fosse devida a uma maior conscientização da população em relação aos trasntornos alimentares e à dependência de medicamentos, sejam eles anoxerígenos ou não. Infelizmente, apesar do assunto ter-se popularizado na mídia, ainda é grande o desconhecimento da população em geral sobre o tema e o apelo de campanhas publicitárias e programas de televisão que estimulam o emagrecimento continua favorecendo o desenvolvimento de trasntornos alimentares, como a anorexia e a bulimia.