Alcoolismo é influenciado por fator genético em 30% dos casos
“São vários os transtornos geneticamente determinados. Acontecem pequenas mutações (polimorfismos) que, em conjunto, levam ao alcoolismo”, explica o especialista.
Para agravar ainda mais a situação, as pessoas com tendência ao alcoolismo muitas vezes sofrem influência de importantes fatores ambientais. “O pai é alcoólatra e o filho, que acaba seguindo a imagem paterna, pode passar a beber também. Ele repete a conduta do pai” comenta o psiquiatra.
Recentes estudos do Ministério da Saúde apontam para uma incidência do alcoolismo de aproximadamente 11% entre a população brasileira. Como alcoolismo, os especialistas esclarecem que se trata de uma doença com sintomas verificáveis clinicamente.
“Alta tolerância ao álcool, sintomas de abstinência, o álcool controla a vida da pessoa, a bebida é consumida em forma de ritual (sempre da mesma maneira), e a pessoa deixa de fazer coisas importantes para beber”, enumera a psicóloga Ilana Pinsky, da unidade de pesquisa de álcool e outra drogas da Unifesp.
DOENÇA COMEÇA A SE MANIFESTAR EM PESSOAS COM 30 ANOS. ANTES, ELA SURGIA AOS 40
A psicóloga explica que o alcoolismo evolui gradualmente. “A pessoa vai adquirindo o vício no decorrer da vida. Mas hoje, cada vez mais, temos alcoólatra jovens, com menos de 30 anos”.
O álcool, por ser uma droga lícita, muitas vezes é a porta de entrada para drogas pesadas. “O álcool e o tabaco”, diz Salgado.
FAMÍLIA DEVE AJUDAR NA PREVENÇÃO
As bebidas alcoólicas não só são aceitas socialmente, como também são incentivadas em muitas famílias. Essa cultura do álcool é um dos grandes desafios de quem combate o alcoolismo.
“0 problema é que a doença não surge do dia para a noite. São anos e anos aumentando o consumo das bebidas alcoólicas até se chegar ao quadro classificado como alcoolismo”, explica a psicóloga Ilana Pinsky, da unidade de pesquisa de álcool e outras drogas da Unifesp.
Quanto mais se postergar o primeiro contato do jovem com a bebida alcoólica, melhor. E ele deve ser instruído pelos pais para não exagerar. “Ele deve saber, por exemplo, que não pode beber e dirigir”, diz.
Por Bruno Folli – brunocf@diariosp.com.br