Maman Je T’aime: a difícil tarefa de crescer…
Maman, je t’aime (Mamãe, eu te amo) mostra a complicada relação entre um filho – já bem crescido – e sua mãe. Os franceses Mikael Abensur, Antoine Collet e Damien Dell’omodarme apresentam com um humor bastante sarcástico, as tentativas de um jovem de desprender-se – ou desfazer-se – de sua mãe. O enredo lembra as perseguições de desenhos infantis em que quando se pensa ter eliminado o adversário ele retorna de forma absurda.
Neste embate, o filho planeja abandonar – e até mesmo matar – a mãe, mas esta sempre volta, pronta para cuidar da roupa e da alimentação de seu filhinho. Obviamente o desenho apela para o extremo e faz uso de imagens que mais remetem a um sonho do que à realidade, mas o tipo de relação que apresenta é bastante comum na vida real.
O filho precisa distanciar-se da mãe para crescer, para encontrar sua independência, mas está não percebe que seu menino cresceu, não lhe dá espaço para este desenvolvimento. O filho , em consequência, passa a não saber cuidar de si – vide a cena em que ele não consegue amarrar os sapatos – sem os amparos da mãe.
Relações como estas são chamadas de simbióticas. O nome é emprestado da biologia. Animais que estabelecem relações de simbiose são aqueles que dependem um do outro para viver, e não conseguem se desenvolver se não estiverem em constante interação – como é o exemplo das bactérias que compõem nossa flora digestiva. Muitos pais e filhos estabelecem, por diversas razões relações deste tipo. Durante os primeiros anos da infância, como a dependência da criança em relação aos pais é uma realidade, não há prejuízos visíveis na relação, mas com o passar do tempo, este tipo de vínculo começa a apresentar consequências e trazer problemas para toda a família.
O filho que não conquista independência financeira, que solicita os pais constantemente para resolver seus problemas ou os pais que não dão espaço para que o filho constitua sua família ou trace o seu caminho profissional, são exemplos das consequências que podem advir deste tipo de vinculação.
Assista, e pense nas relações entre pais e filhos que você conhece….
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