Estudos sugerem relação entre depressão e mal de Alzheimer
Os resultados de duas pesquisas desenvolvidas por universidades americanas e publicados na revista científica Neurology deste mês, apontam que pessoas com sintomas depressivos teriam mais chances de desenvolver quadros de demência, como por exemplo o mal de Alzheimer.
O primeiro estudo , organizado por pesquisadores da Universidade da Flórida, acompanhou 1.239 pessoas, por cerca de 24 anos, e procurou estabelecer uma relação entre o número de episódios depressivos maiores apresentados por cada participante e os riscos de desenvolver quadros demenciais. Os resultados apontaram que pacientes que passaram por dois ou mais episódios depressivos apresentaram quase o dobro do risco de desenvolver algum tipo de disfunção cognitiva do que aqueles que nunca haviam apresentado sintomas de depressão.
O outro estudo, conduzido na Universidade de Massachusetts, acompanhou, por 17 anos, 949 pessoas com idades próximas a 79 anos que inicialmente não apresentavam qualquer sintoma de demência. Testes aplicados no início do experimento apontaram que 13% da amostra apresentava sintomas depressivos. Ao final do período de acompanhamento, concluiu-se que 164 dos participantes haviam desenvolvido alguma forma de demência, sendo que a expressiva maioria – 83% – recebeu o diagnóstico de mal de Alzheimer. A correlação era maior entre os que apresnetavam sintomas depressivos no início da pesquisa.
Apesar de terem conseguido encontrar a correlação estatística entre os eventos, corroborando outros resultados obtidos em 2008, os pesquisadores ainda não sabem dizer de que forma ela se dá ou se existiria uma relação de causa e efeito entre as duas condições. Alguns pesquisadores questionam os resultados, apontando que poderia tratar-se de uma confusão entre os diagnósticos, uma vez que há sintomas semelhantes que caracterizam o desenvolvimento dos dois quadros, sendo assim, os sintomas considerados como depressivos poderiam corresponder a formas inicias de algum tipo de demência.