Rede de Varanda
Voz nova no cenário da música brasileira, Juliana Kehl lançou recentemente Rede de Varanda. A letra descreve o comportamento de uma mulher em uma relação amorosa marcada por idas e vindas. O clipe, que pode ser assistido abaixo, ilustra com imagens interessantes os conflitos a que a canção nos remete.
Ao ouvir a música, cabe sempre procurarmos expandir nossas possibilidades de compreensão. O que acontece a essa personagem que responsabiliza a “vida” por devolver-lhe às ilhas de sossego de uma relação e quando está nesta “rede de varanda”, expõe-se ao extremo buscando afastar de si aquilo que lhe garante paz? O comportamento soa estranho, pouco provável, ou nos remete a reações que temos perante situações de calmaria que a vida nos garante em certos momentos?
É de domínio público a expressão “bom demais para ser verdade” e muitas vezes as situações de tranquilidade nos assustam, acostumados que estamos a momentos de estresse e desorganização e às angústias que o nosso tipo de organização social e cultural nos trazem. Pode soar estranho, mas muitas vezes temos medo ou dificuldade em aceitar o bom, o tranquilo, a “varanda”… As razões podem ser muitas, dentre elas a proibição de sentir-se mal que sutilmente a cultura nos impõe. Quem, quando está em uma fase ruim, tem que constantemente fingir-se de feliz e realizado, pode não achar-se digno de assumir a bonança quando ela vem, já que não aceitou o período difícil quando passava por ele.
Aprecie letra e música, e deixe seus comentários!
Rede de Varanda
Juliana Kehl
O que eu posso fazer
Se a vida me devolve pra você
O que eu posso fazer
Se a vida me devolve pra você
Me devolve pra essa
Rede de varanda
Me devolve pra essa
Ilha de sossego
Pra esse braço
Pra esse beijo
Então eu fujo
Eu me fantasio toda
Eu me faço de outra pra
Você me esquecer
Conto meus segredos
Eu escrevo os detalhes
Pra ver se você se assusta
Com que vê
A tua santa tá querendo te enloquecer…